O que é?
O visual pode ser considerado uma revolução. Com traços inspirados pelo conceito Evos, o novo Fusion ficou mais imponente e, ao mesmo tempo, elegante. Ao vivo, chama a atenção o novo conjunto óptico e a grade dianteira hexagonal, que remete aos esportivos da inglesa Aston Martin (marca que até pouco tempo pertencia à Ford). A imponência é realçada pelos vincos no capô, enquanto a elegância é expressa pelos faróis mais afilados e pelos cromados na dianteira. A lateral também é ousada, principalmente pela linha do teto que remete à um cupê, tendência atual entre os sedãs grandes. Na traseira o desenho também é completamente novo, com lanternas de LED e duplo escapamento embutido no para-choque.
Para quem gosta dos mínimos detalhes tecnológicos, o Fusion traz um sistema inédito no segmento: controle ativo de fechamento da grade frontal. De forma automática, a grade é fechada desviando o fluxo de ar quando ele não é exigido pelo sistema de refrigeração do motor – o que ajuda a diminuir o arrasto melhorando a aerodinâmica em aproximadamente 6%, além de ajudar na economia de combustível. Este sistema também auxilia o motor a atingir a sua temperatura ideal de funcionamento em menor tempo, mantendo a grade fechada logo que o carro é ligado pela manhã, por exemplo, e abrindo automaticamente quando necessário.
Como anda?
O test-drive promovido pela Ford incluiu diversos pontos turísticos de Los Angeles, mas o roteiro foi basicamente urbano, o que nos limitou um pouco para extrair todo o potencial dos 240 cv. Ficamos quase sempre “trancados” à velocidade máxima da via, de 35 mph (56 km/h).
Ao entrar na cabine, nota-se o cuidado com o acabamento que um carro deste padrão exige. Isso a Ford fez com maestria. Nessa versão Titanium, os bancos são revestidos de couro e até mesmo o tom das linhas das costuras combinam perfeitamente com o revestimento (que pode variar de claro à escuro). Com bom apoio lateral e um toque de esportividade, o assento acomoda bem o motorista e oferece ainda ajustes elétricos e três posições de memória.
O painel tem linhas gerais modernas e acabamento agradável ao toque (emborrachado), mesclado com áreas em preto brilhante. O quadro de instrumentos também chama muito a atenção, formado por telas coloridas que exibem diversas funções do carro, como navegação e entretenimento – que ainda podem ser personalizadas.
Com a chave dentro do veículo, basta apertar o botão para dar partida no motor 2.0 EcoBoost. Como esperado para um carro de mais de R$ 100 mil, o freio de estacionamento também é eletrônico. E assim iniciamos o test-drive pelas largas vias de Los Angeles, cenário de diversos filmes de Hollywood. O rodar do Fusion é suave e chama a atenção o baixo nível de ruído a bordo, fruto do bom trabalho de aerodinâmica, isolamento e também da utilização de um para-brisa acústico. Segundo pesquisa feita pela Ford, o baixo nível de ruído interno é um dos principais itens de percepção de qualidade, e por isso o trabalho foi tão intenso neste quesito.
Ao volante, as respostas à investidas mais nervosas ao acelerador são vigorosas. Há tanta oferta de torque em baixa rotação que, mesmo com o sistema de controle de tração ativo, os pneus cantam em busca de aderência. A direção com assistência elétrica oferece um estilo de condução preciso e muito agradável. O volante, por sua vez, oferece boa pegada, mas os botões integrados de comandos do sistema de entretenimento podem confundir no começo: não é tão claro identificar qual a função exata (direcionais com o OK no meio estão dos dois lados sem indicação da função).
Voltando à condução, também testamos o piloto automático adaptativo, capaz de identificar a velocidade do carro à frente e “acompanhá-lo” – até acionando os freios caso o fluxo pare. Apesar da comodidade, uma vez que o carro para, o sistema é desativado. Em alguns modelos concorrentes, em especial os alemães, o sistema é capaz de identificar que o carro à frente parou e também que começou a andar novamente, acelerando automaticamente.
Ao olhar para um SLR McLaren ao lado e “comer” a faixa de rolamento, o sistema de alerta de faixa entra em operação com um indicativo no painel e uma leve “puxada” no volante para corrigir a trajetória. Com 240 cv na mão, claro que deu aquela vontade de esticar… Mas para não ter de encarar os “COPs” norte-americanos, tive que mudar o perfil de condução para o modo “tiozão” e aproveitar o passeio.
Obviamente também não foi possível medir o consumo, principalmente por conta da gasolina de melhor qualidade oferecida por lá. No entanto, a Ford divulga que o Fusion 2013 com motor EcoBoost 2.0 faz 8,1 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada, em medições feitas de acordo com o padrão do Inmetro.
Quanto Custa?
O Fusion 2.0 Titanium tem um nível de equipamentos de série surpreendente. A versão top de linha do sedã sai de fábrica com 8 airbags (dianteiros, laterais, de cortina e de joelho), bancos de couro, bancos dianteiros com aquecimento, banco do motorista com ajuste elétrico em 10 posições e memória, banco do passageiro com ajuste elétrico em duas posições, abertura e fechamento global dos vidros, retrovisores elétricos com memória e retrovisor interno eletrocrômico.
Tem também som premium Sony com 12 alto-falantes, computador de bordo, chave configurável MyKey, sistema de monitoramento de pontos cegos, câmera de ré, assistência ativa de estacionamento, farol alto automático, piloto automático com comando na direção, assistência de partida em rampa, freio de mão elétrico, abertura das portas por teclas, sistema de monitoramento de pressão dos pneus e rodas de liga leve de 18 polegadas.
Lembra daquelas teclas ao lado da maçaneta? No Fusion 2013, elas somem…. e aparecem. Agora o modelo dispõe de um teclado, o KeyPad, integrado na coluna B do lado do motorista que fica visível ao passar dos dedos, como um celular de tela sensível ao toque.
Para os conectados, o Fusion traz o Sync Media System com comandos de voz em português do Brasil para funções de áudio, ar-condicionado, navegador e telefone, com conexão Bluetooth, além de duas entradas USB, leitor de cartão de memória (SD card) e entrada de vídeo/áudio RCA. Tudo é reproduzido na tela de LCD de 8 polegadas, com display de alta definição Na mesma tela, funciona o sistema de navegação (GPS) com mapas do Brasil. Além disso, tem também o MyFord Touch – duas telas coloridas de 4,2 polegadas com comandos configuráveis no quadro de instrumentos (que também exibem informações de navegação, sistema de som, entre outros).
Em resumo, é difícil encontrar um carro nessa faixa de preço tão recheado – os principais rivais serão Hyundai Azera, Kia Cadenza e VW Passat. O Fusion Titanium 2.0 Ecoboost será vendido, pelo menos até o fim deste ano (com a redução do IPI), por R$ 112.900. A Ford garante este valor para um lote especial de 400 unidades. A partir de janeiro, com a volta das alíquotas normais do IPI, os preços devem ser reajustados.
Ficha técnica – Ford Fusion 2.0 EcoBoost Titanium AWD: R$ 112.990
Motor: dianteiro, quatro cilindros, 16 válvulas, duplo comando variável, injeção direta de gasolina, turbo; Potência: 240 cv a 5.500 rpm; Torque: 34,5 kgfm entre 1.750 rpm e 4.500 rpm; Transmissão: automática de seis marchas, tração integral, controle eletrônico de tração; Direção: elétrica; Suspensão: Suspensão: dianteira independente do tipo McPherson e traseira independente do tipo Multilink, controle eletrônico de estabilidade; Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás com ABS e EBD; Peso:1.599 kg; Porta-malas: 453 litros; Dimensões: comprimento 4,870 mm, largura 1,850 mm, altura 1,440 mm, entreeixos 2,850 mm; Aceleração 0 a 100 km/h: 7,3 s (fábrica);Velocidade máxima: 240 km/h (fábrica) Consumo: cidade 8,1 km/l, estrada 10,9 km/l (fábrica); Produção: Hermosillo, México;
Por Fábio Trindade, de Los Angeles, EUA – Viagem a convite da Ford
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